segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dia 09/11 às 20h30 no salão de festas do Colégio Della Sant'Ana em Tapiratiba


Have You Ever Seen the Rain - Credence



Guerreiro Menino - Gonzaguinha







Garota de Ipanema - Tom Jobin e Vinicius de Moraes


Breve História da Música Popular Brasileira - Parte II



A nova cara do Samba-Canção




O início da década de 1950 foi fortemente marcado pela presença do samba-canção. Embora tenha surgido efetivamente na década de 1940, com "Ave Maria no Morro", de Herivelton Martins, em 1942, foi só nos anos 50 que esse estilo musical atingiu sua força total a partir de "Vingança", de Lupicínio Rodrigues, em 1951. Com intérpretes como Adelino Moreira, Jair Amorim, Evaldo Gouveia, Jamelão, Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves e a musa do samba-canção, Maysa, entre outros, esse gênero alcança sua época de glória.



O samba-canção foi uma mistura do samba de raiz com os padrões urbanos de consumo. Essa "canção de salão" como bem definiu Mestre Cartola, através de autores como Lupicínio Rodrigues, Dorival Caymmi, João de Barro, etc., começava a receber a influência da música romântica norte-americana, de base essencialmente jazzística, principalmente através de intérpretes como Dick Farney e Lúcio Alves, propiciando a gênese do que seria o movimento bossa-novista.



Com a Bossa-Nova iniciou-se uma nova etapa na música popular brasileira, que iria satisfazer um público mais jovem, em sua maioria, universitários da classe média urbana. Congregando certo número de cantores e instrumentistas muito talentosos, cuja identidade residia na forma intimista de cantar e tocar os instrumentos, na maior parte das vezes, o violão e o piano. Músicos e poetas magníficos como João Gilberto, Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes, Roberto Menescal, Johnny Alf, Carlos Lyra e Sivia Teles foram os principais responsáveis pelo início do movimento. Em 1958m foi gravado o primeiro disco de Bossa-Nova, Chega de Saudade, por João Gilberto. Ainda nesse mesmo ano, surge uma música mais expressiva, "Desafinado", de Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, que marca o início da Bossa-Nova, que ganharia o mundo e as paradas norte-americanas nas vozes sublimes de Frank Sinatra e da maior estrela do jazz de todos os tempos, Miss Sarah Voghan.

Fonte: SIQUEIRA, Antônio. Uma breve história da música popular brasileira. Dispnível em: <http://www.germinaliteratura.com.br/2009/musica_antoniosiqueira_out2009.htm>. 

Eu te Devoro - Djavan


Eu Só Quero um Xodó - Dominguinhos


Esperando na Janela - Gilberto Gil


Colo de menina - Rastapé



Breve História da Música Popular Brasileira - Parte I



Da Polca ao Chorinho




A história começa com os índios e com a música feita pelos jesuítas, em sua maioria, músicos de formação, que aqui aportaram. Esse encontro entre a música dos jesuítas e a música dos indígenas é a pré-história da música popular do Brasil. A evolução desses ritmos primitivos, como o cateretê ou o cantochão, são ainda hoje tocados em festas populares.



A influência portuguesa foi a mais vasta de todas. Os portugueses fixaram o nosso tonalismo harmônico; deram-nos a quadratura estrófica; provavelmente a síncope que nos encarregamos de desenvolver ao contato da pererequice rítmica do africano; os instrumentos europeus, a guitarra (violão), a viola, o cavaquinho, a flauta, o oficleide, o piano, o grupo dos arcos; um dilúvio de textos; formas poético-líricas, que nem a Moda, o Acalanto, o Fado (inicialmente dançado); danças que nem a Roda, infantil; danças iberas que nem o Fandango; danças dramáticas que nem os Reisados, os Pastoris, a Marujada, a Chegança, que às vezes são verdadeiros autos. Também de Portugal veio a origem primitiva da dança dramática mais nacional, o Bumba-meu-Boi.



A música popular do Brasil colonial só se tornaria mais forte no final do século 17, com o lundu, dança africana de meneios e sapateados, e a modinha, canção de origem portuguesa de cunho amoroso e sentimental. Esses dois padrões, a influência africana e a europeia, alternaram-se e combinaram-se das mais variadas e inusitadas formas durante o percurso que desembocou, junto a outras influências posteriores, na música popular dos dias de hoje, que desafia a colocação de rótulos ou classificações abrangentes. Durante o período colonial e o Primeiro Império, além dos já citados lundu e modinha, também as valsas, polcas e tangos de diversas origens estrangeiras encontraram no Brasil uma nova forma de expressão. As valsas e polcas se tornariam um dos ingredientes para "um negócio sacudido e gostoso", o Choro.



Não importa como é chamado, a verdade é que o Chorinho é a cara do Brasil. Grandes maestros da música afirmam que é impossível criar um rock moderno, original e revolucionário sem um profundo conhecimento das tradições musicais de nossos ancestrais. Mas como toda regra tem sua exceção, o Chorinho veio para provar exatamente o contrário.



O Choro, não como gênero musical, mas como forma de tocar, apareceu por volta de 1870, no Rio de Janeiro. Eram pequenos grupos musicais formados por modestos funcionários do Governo, que utilizavam a flauta como "solista", o violão como "baixaria" e o cavaquinho como "centro". O virtuoso flautista e líder do grupo Choro Carioca, Joaquim Antônio da Silva Calado foi um dos iniciadores e organizadores desses conjuntos. Elaborava um novo estilo musical que incorporava improvisação, e desenvolvia um novo diálogo entre solo e acompanhamento. A participação ocasional ou improvisada dos instrumentos é que determinava a função de cada um no conjunto musical. No início, o Choro era a expressão brasileira dos estilos musicais europeus, mas logo perdeu esse caráter importado, incorporando características e feições perfeitamente brasileiras.

No entanto, foi com Pixinguinha, considerado o Bach do Choro, que o novo estilo musical ganhou maturidade, forma e orientação. Ele organizou diversos grupos, tocou durante seis meses em Paris em Os Oito Batutas, e quando retornou ao Brasil, introduziu o saxofone e o trompete no repertório. Juntamente com Pixinguinha, outros ilustres nomes do Choro formavam Os Oito Batutas, como João Pernambuco, violinista e compositor de choros para violão, e Donga, coautor de "Pelo Telefone", primeiro samba gravado no país. É nessa relação que o Choro se aproxima do samba.



Não podemos deixar de mencionar outros artistas importantes que contribuíram para o sucesso do Choro no Brasil. Benedito Lacerda, Luiz Gonzaga, Chico Buarque, Godofredo Guedes, Clementina de Jesus, Jackson do Pandeiro, Elizete Cardoso estão entre as muitas gerações do Choro. O Choro também sempre esteve presente nos concertos musicais clássicos, influenciando as composições de Villa-Lobos, Ernesto Nazaré e do maestro Radamés Gnattali.

No entanto, no início dos anos 60, época do nascimento da Bossa Nova, o Choro foi praticamente esquecido pelo público e pela mídia. Até hoje não se sabe o motivo real que levou a esse esquecimento. A Bossa Nova decolou, enquanto o mundo inteiro tocava e cantava "Garota de Ipanema". O Choro passou a ser visto como um gênero velho, que despertava o interesse dos aposentados e das camadas mais baixas da sociedade. Ao mesmo tempo a Bossa Nova passou a integrar o foro das camadas elitizadas da população. O consagrado Choro viu-se restrito ao mundo exclusivo de seus grandes músicos.

No início dos anos 70, Paulinho da Viola faz o Choro renascer. Ao gravar Memórias: Chorando, traz de volta o gênero esquecido, que passa a ser estimulado por diversos músicos como Paulo Moura e Hermeto Pascoal. E até hoje o Choro está aí. Conquistou autonomia e se impôs como um dos principais gêneros musicais do Brasil. Ganhou espaço no contexto musical internacional e hoje novos artistas estão propondo inovações. O músico Manuel Antônio Filho, integrante do Trio Corda & Choro, por exemplo, resolveu inovar. Misturou os tradicionais violão e bandolim do chorinho, com o tom clássico do violoncelo em suas composições. A novidade parece ter agradado. Há um mês o grupo se apresenta num restaurante carioca e o público parece estar adorando.

Fonte: SIQUEIRA, Antônio. Uma breve história da música popular brasileira. Dispnível em: <http://www.germinaliteratura.com.br/2009/musica_antoniosiqueira_out2009.htm>.

Catedral - Zélia Duncan


Canteiros - Fagner


Anunciação - Alceu Valença


Andar com Fé - Giberto Gil


A Força do Amor - Roupa Nova